domingo, 28 de janeiro de 2018

Pai, afasta de mim esse cálice

Não sei, como posso te chamar
Não sei, como posso te classificar
Mas sei, seu nome
E sei o que você fez e faz;

Pai, afasta de mim esse cálice

Você pode enganar
Essa multidão de ignorante
Porque eles acreditam,
que você é importante
Você sabe enrolar;

Pai, afasta de mim esse cálice

Você faz discurso
Que a pena de morte,
É a solução para a criminalidade
Mas você orgulha e bate no peito
Por ter pagado propina para tira CNH;

Pai, afasta de mim esse cálice

Você faz protesto
Quando vê algo
que não é do seu agrado
Você não pede a chance
de que pode expressar
seu preconceito em forma de opinião;

Pai, afasta de mim esse cálice

O mais interessante em você
São suas palavras clássicas
"Como vou explicar isso para meus filhos"
Mas essa frase sensacional
Não impediu você tira minhas roupas;

Pai, afasta de mim esse cálice

Você é o maior defensor
Que o LGBT são uma aberração
E são bando de sem vergonha
Mas isso não foi problema
Para você apossar do meu corpo;

Pai, afasta de mim esse cálice

Não tive infância
Mas tive medo
Não tive amor
Mas tive hematoma
Não tive auto estima
Mas tive depressão
Não tive vídeo game
Mas tive sermão;

Pai, afasta de mim esse cálice

Com oito anos pensei em suicídio
Pois estava cansado de viver sem razão
Com minha inocência arrancada a força
Não achava a vida tão boa
Não sei, se te amo ou se te odeio
Não sei, porque, te perdoei
Pois você é um bicho de sete cabeças;

Pai, afasta de mim esse cálice

Largado no mundo
Tive que aprender em uma semana
O que não aprendi em
dezessete anos de vida
Mas graças Buda, Jesus e Oxalá
Conseguir força para continuar
e para lutar contra esse mostro
Que pensou que eu já estava derrotado!

Pai, afasta de mim esse cálice,
de vinho tinto de sangue!

Autor: Mateus Roberto

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