Não sou senhor do tempo,
mas também sei quando vai chover.
Não sou nenhum chorão,
mas sei fazer
histórias tristes virarem poesia.
Novamente ouço o trem vindo.
Fico nervoso: será que serei bem-vindo?
Vejo uma senhora falando sobre destino;
a voz dela prende, parecia algo divino.
Me belisque para verificar:
será que estou sonhando
ou apenas pensando?
A senhora repetiu uma frase
de um filósofo antigo que dizia:
"Envelhecer dói, a vida é um filme triste".
Ela também falou que o outono chegou.
Nesse novo caminho,
não existe dor,
não existe torturador,
não existe fascismo,
não existe favoritismo,
não existe sofrimento,
não existe tormento.
Já passou da hora de partir.
Lá, os erros ficam no passado
e as pessoas amadas
serão protegidas e abençoadas,
sem ninguém ficar atordoado.
Fico triste pelo que não fiz,
mas também não posso dizer que fui infeliz.
Confio no universo;
ele vai arrumar as coisas do seu jeito
e tirar essa angústia do peito.
Autor: Mateus Roberto
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